domingo, 18 de maio de 2008

CAPÍTULO TRÊS - "PIRIGUETIANDO" COM CLASSE [parte 4]

Meu deus, estou sonhando acordada. Nunca sai com caras assim, ele faz tudo parecer tão lindo, é tão mágico estar com ele... ai, parei! Estou parecendo uma mocinha da roça deslumbrada, né? Mas quer saber, não ligo, sou da roça e estou mais que deslumbrada com esse gato.
- Nicole... – com um esforço danado, tento tirar meus olhos daquele sorriso lindo que ele me dá e presto atenção no que ele fala.
- Me chame de Nicky. Meus amigos só me chamam assim...
- Amigos??? – ai, ele está me olhando com uma cara de decepcionado. O que eu fiz? – pensei que seríamos algo mais.
Pára tudo!? Estou enganada ou ele agora soltou a indireta mais direta que já me deram? O que respondo???
- Podemos ser o que você quiser. – digo, no meu melhor estilo piriguete.
- Sendo assim...
Gente nada mais precisa ser dito. Ele se aproximou de mim e me deu um beijo daqueles, estou desfalecendo só de lembrar. É, virei uma manteiga derretida! Porém no meio desse beijo sinto algo vibrar, não pensei coisa feia, era apenas o importuno celular dele tocando.
- Espere Nicky. – ele me disse antes de sair da mesa para atender.
Fiquei observando ele de longe, como é lindo, já disse isso né?! Mas essa carinha de sexy que ele faz, essa carinha de safado, mas todo carinho... espera aí, por que ele está fazendo carinha de safado conversando ao telefone? Será que... não! Um tempo depois ele voltou.
- E ai!? – perguntei.
- Nicky, tenho uma má notícia! – não parecia ser notícia ruim que ele estava recebendo, não fazendo aquela cara.
- O que aconteceu?
- Pintou um trabalho de última hora e...
- A essa hora!?
- É... – ele parou um pouquinho e continuou – tenho de ir. Olha fique aqui, espere o jantar. Já vou deixar pago. – ia protestar, mas ele não deixou. – é o mínimo que posso fazer para você. Vou indo, depois pega um táxi, toma o din...
- Não, o táxi é para mim, eu pago.
- Se faz questão... bom vou indo, nos vemos. Desculpa Nicky, são os ossos do ofício.
- Não, tudo bem.
Ele me deu um selinho sem graça e se foi.
Eu fiquei lá, comendo sozinha, comendo não, mexendo com a comida de um lado para o outro. Não tinha fome, não depois dessa saída mais que suspeita dele. Meia hora depois de ficar lá sozinha, rodeada de casaizinhos felizes, resolvo ir embora.
Quando vou pegar minha bolsa para sair, tenho uma surpresa bem desagradável.

[continua...]